segunda-feira, 30 de maio de 2016

Crítica e reformulação do objeto interativo

 O objeto que me foi dado, para criticar e repensar, foi o da Luiza Okubo. Baseado nas discussões sobre interação realizadas em sala, acredito que o objeto tenha ficado preso na interação proativa. Isso, porque apesar de bastante convidativo, ele apresenta sempre uma mesma resposta ao estímulo que recebe. Penso, também, ser um objeto finalístico, pois foi pensado para dar essa mesma resposta a somente um tipo de estímulo. Para que o potencial dessa interação fosse melhor explorado, acredito que a combinação desse objeto com o da Ana Carolina e o do Vinícius seria uma boa opção.
 Imagino que se as pessoas pudessem enfiar as mãos em uma base parecida com a de tais objetos, mantendo a ideia da Ana de que as pessoas vissem as sombras de suas mãos projetadas, porém que o toque ativasse os motores, como no objeto do Vinícius, a interação seria mais completa. As pessoas não saberiam, ao certo, qual motor iriam ativar a partir da interação que estariam estabelecendo umas com as outras. Ou seja, seriam diferentes inputs, resultando em diferentes e aleatórios outputs.






Desculpem, ainda não tem vídeo. Mas vai ter (:

domingo, 29 de maio de 2016

Inhotim- Pavilhão da Lygia Pape



 O Pavilhão da Lygia Pape (Inhotim) nos surpreende logo quando nos deparamos com ele. Os caminhos que nos levam ao edifício estão acima dele, o que faz com que tenhamos a impressão de estarmos chegando a um lugar escondido, como uma caverna, por exemplo. A vegetação ao redor contribui para esse efeito. O formato do edifício é bastante diferente do usual, porém essa forma não dialoga com a obra de Lygia Pape. Ao adentrarmos o pavilhão, as paredes parecem comprimir o ambiente a nossa volta, de forma a nos "empurrar" em direção à obra e as luzes durante o caminho parecem servir apenas para indicar os limites desse percurso. Quando estamos de frente para a obra, esses limites tornam-se confusos, sumindo e aparecendo na escuridão conforme contornamos o ambiente. Essa escuridão faz com que nossa atenção fique totalmente voltada  aos fios metálicos que ligam o teto ao chão e que se confundem com feixes de luz infinitos. Lygia Pape brinca com  nossa percepção da luz e dos limites de sua obra durante toda imersão no ambiente.

Festival Permanente

 O Festival Permanente de Bandas é um festival de bandas locais que ocorre no Viaduto Santa Tereza. O evento reúne bandas de diversos estilos musicais e um público bastante variado durante duas tardes e duas noites. É bastante interessante levar aos moradores os sons das bandas locais que eles, normalmente, não conhecem. O problema é que o festival ainda faz isso de maneira precária, talvez por não ser um evento tão divulgado, o que acaba atraindo um público bem inferior ao que seria possível.


Representação X Experiência Presencial

 Durante a aula no Parque Municipal, os professores levantaram a discussão sobre a diferença entre a representação e a experiência presencial, ressaltando suas vantagens e desvantagens, Para começar essa análise, acho importante separar os tipos de representações possíveis que podem ser exploradas. Tomando como exemplo o Google Street View, temos o tipo de representação que tenta se aproximar cada vez mais da experiência real. Os "gadgets" de realidade virtual e os vídeos do youtube gravados em 360º são exemplos de representações que seguem uma mesma lógica. Em todos os casos, o desenvolvimento tecnológico, afim de reproduzir a realidade, é essencial. A palavra que tal desenvolvimento vem tentando alcançar cada vez mais dentro desse contexto é: imersão.
 O mapa é um tipo de representação composto por dados representados de maneira gráfica, sua principal função é transmitir informações. Se formos comparar o Google Maps com o Google Street View, o primeiro serve para calcularmos um trajeto ou saber o que existe no entorno de uma região, por exemplo. Já o segundo, transmite o que veríamos se estivéssemos em determinada posição desse mapa, ou seja, ele cria reproduz um ambiente virtualmente e tenta inserir o usuário dentro dele. Porém, o que realmente diz sobre o êxito da ferramenta ou não é o quanto ela consegue nos passar a sensação real de estarmos no lugar, e é isso o que torna a experiência presencial insubstituível de maneira plena. A utilização de imagens com tantos pixels que se aproximem da capacidade do olho humano, a reprodução de sons (ou até mesmo de cheiros, em um possível futuro), pode até garantir a imersão em um ambiente virtual, mas não garante que a experiência do usuário será a mesma que ele teria se estivesse presente no ambiente representado.
 Se um morador da região centro-sul de Belo Horizonte quisesse conhecer uma periferia através do Street View, ele conseguiria absorver bastante informações sobre o lugar, porém não sentiria a mesma insegurança ou inquietude a que estaria submetido se estivesse experimentando esse ambiente desconhecido de maneira presencial. Isso, porque as sensações estão além de dados que possam ser representados. Elas estão em um campo que engloba, não só informações quantitativas ou reproduzíveis acerca de algo, mas, principalmente, sobre a bagagem cultural das pessoas que estão imersos nessa experiência e daqueles ao seu redor (que fazem parte do "experimento, por assim dizer).
 Outro modo de representação que costuma expressar bem essa diferença é a representação através da arte. Isso, porque ela se demonstra mais abertas a diferentes interpretações, e consequentemente sensações causadas pela perspectiva de quem as vê. Um artista pode muito bem usar um jogo de luz e sombra como forma de dramatizar uma obra e transmitir melancolia, por exemplo, Porém, a forma como cada um vê a obra e sente ela vai depender da carga emocional da pessoa, do vínculo que ela irá criar com a representação, Logo, existem três pontos diferentes nesse contexto, o que o artista sente em relação à sua obra, o que ele espera transmitir ao público por meio dela, e o que o público realmente irá sentir e que pode ter diversas variáveis.
 A representação, de forma geral, é uma excelente ferramenta para transmitir informações e ideias, Não só porque ela as demonstra de maneira mais clara, mas também, porque ela excede a experiência presencial em tempo e espaço. Porém, devemos nos lembrar que, por mais desenvolvida que seja, a representação é a reprodução de algo dentro de certos parâmetros, ou seja, é um mecanismo com certa função e não algo para tentar substituir a complexidade da experiência presencial.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Duelo de Mcs- Viaduto Santa Tereza

 O Duelo de Mcs é um evento musical que ocorre aos domingos, embaixo do Viaduto Santa Tereza. Apesar da infraestrutura precária para abrigar os eventos, o Viaduto é tido como importante espaço cultural da cidade. O Duelo de Mcs é uma das formas de ocupação desse espaço que mais atraem públicos de diversas classes sociais e contextos urbanos. Durante o evento, não só o rap se destaca, mas também, a dança (por meio de apresentações de grupos independentes) e os grupos de skatistas que se apropriam do local. Essa diversidade e informalidade do evento quebra a homogeneidade da produção espacial e cultural urbana, e fazem com que o Duelo se modifique a cada edição mesmo mantendo a mesmo estrutura.

Croqui do cruzamento da esquina do Parque Municipal



Exposição do Iberê Carmargo no CCBB

 Com o intuito de começar a explorar mais os eventos culturais de minha cidade, comecei visitando o Museu do CCBB, que faz parte do Circuito Cultural da Praça da Liberdade. A primeira exposição que visitei foi a do Iberê Camargo, pintor e gravurista brasileiro. As pinturas de Iberê chamam atenção por suas figuras humanas caricaturadas que expressam tristeza e melancolia não através de suas formas e cores. A dramatização criada através da composição do efeito de luz e sombra de Ibirê faz com que suas pinturas consigam alcançar o espectador a um nível que vai além da mera apreciação e que o intriga.



Seminário de Interação

                                A musicalidade de O Grivo 

 Para o Seminário de Interação, resolvemos utilizar como exemplo apresentado pelo professores o grupo de música experimental O Grivo. O grupo é formado pelos músicos Nelson Soares e Marcos Moreira, e tem como principal atrativo a forma diferente de produzir melodia através de máquinas musicais.  


   O trabalho do grupo é bastante diversificado, indo desde trilhas sonoras para filmes, danças e teatros até instalações compostas pela disposição de diferentes máquinas. Sendo assim, O Grivo produz um trabalho que interage com diferentes agentes. A sonoridade das máquinas pode, tanto dialogar com outros trabalhos como uma peça teatral, um filme ou uma dança, como com um visitante da instalação que pode compor seu próprio ambiente sonoro de acordo com a escolha da sua posição no espaço. Logo, o trabalho do grupo é marcado pela aleatoriedade, não só dos sons das máquinas, mas também, do diálogo que as pessoas ao redor irão desenvolver com eles.

                                             Sliding House

 Como segundo exemplo, resolvemos buscar algo relacionado a interatividade na arquitetura. Desenvolvida pelo escritório DRMM, a Sliding House, como o próprio nome sugere, é uma casa com paredes que deslizam sobre uma espécie de trilho. Isso faz com que a moradia possa assumir configurações diferentes.

Apesar de certa flexibilidade, o fato da casa ser constituída por três módulos fixos e um que se move sobre eles, acaba congelando as possibilidades de flexão. Isso faz com que a interação do usuário com a casa fique limitada pelas possibilidades estabelecidas pelo arquiteto. Esse exemplo deixa claro como o avanço tecnológico permite a expansão da relação pessoas-objetos e o quão pouco essa expensão está sendo explorada no nível de criar coisas que sejam realmente abertas às possibilidades imaginadas pelos usuários.