A lógica dessa proposição não é complicada, por isso é possível ver alguma relação entre ela e a ilustração da lógica programática, pois é a única capaz de explicar o teorema. A partir da lógica finalística poderíamos compreender que, se tivéssemos um macaco utilizando uma máquina de escrever por tempo infinito, estaríamos utilizando-o para escrever a obra de Shakespeare, o que não é verdade, visto que não é certo que isso ocorrerá. Por outro lado, se considerarmos a lógica casualística, o problema na compreensão do teorema vai ser a casualidade generalizada da narrativa. Isso, porque os fatores que levam o macaco a apertar as teclas não é casualístico, existe uma lógica cognitiva que apenas é diferente e mais simples do que a humana durante a escolha das teclas. Logo, a única possibilidade de explicação do teorema seria programático, no qual, a probabilidade do macaco realizar a obra existe, mas não é certa. Ela depende de fatores casualísticos e finalísticos para acontecer.
Outra famosa e discutível afirmação sobre probabilidade é a "Lei de Murphy", de Edward Aloysius. Para mim, soa mais interessante discutir essa teoria pensando no contexto em que foi criada e aplicada. Aloysius era um engenheiro aeroespacial. Sua tentativa com essa lei não me parece ser olhar para os eventos cotidianos de modo pessimista como fazemos ou explicar eventos casuais. Mas sim, reduzir as mínimas falhas humanas que possibilitariam que algo desse errado nas missões. Olhando por esse lado, quando se assume que algo vai causar uma tragédia, não tomando isso como acidental, passamos a nos precaver através de atos finalísticos que impossibilitem ou dificultem o acaso. Por exemplo, se invadirem minha casa, passarei a ficar mais atento ao trancar as portas. A probabilidade de tentarem invadir minha casa todos os dias enquanto estou fora abrindo uma das portas é pequena, mas a partir do momento que tranco elas todas as vezes em que saio eu anulo tal possibilidade. Minha intenção é finalística, porém movida por uma possibilidade do acaso. Mas visto de forma mais ampla, a situação torna-se programática. Quase que involuntariamente, passo a criar o hábito de trancar as portas ou reforçá-lo cada vez que o faço. A probabilidade de acaso gerou isso tanto quanto a objetividade do fim sem que fosse previsível esse resultado no momento em que o invasor planejou sua ação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário